segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

Principais abordagens das aulas do módulo 1 – ciclo 3

1. Dimensão estruturante das tecnologias

Titulo deste módulo este termo provocou reflexões e discussões durante todo o nosso percurso .

As novas tecnologias, principalmente as tecnologias digitais ultrapassaram a fase em que eram vistas apenas como novos recursos, hoje são visivelmente estruturantes. No que se refere a relação entre novas tecnologias digitais e a educação podemos  afirmar que além de excelentes recursos, elas são responsáveis por uma nova estruturação nessa área. Uma estruturação marcada pela relação dialógica, o que implica em dizer que a Educação e as novas tecnologias não mais serão as mesmas porque estão se moldando a medida que vão interagindo na ação educacional.
As mudanças nas formas de comunicação e na aquisição dos conhecimentos, provocada pelo fácil  acesso as tecnologias digitais nos vários segmentos da sociedade, requer também uma nova forma de a escola trabalha o ensino e a aprendizagem. As NTICs permitem discutir possibilidades que o ciberespaço oferece para a criação de novos padrões de aquisição e construção dos conhecimentos no processo educativo.

2. Cibercultura: conceitos e proposições

 LÉVY, Pierre. Cibercultura. Sao Paulo: Ed. 34, 1999

Os capítulos deste livro foram divididos entre grupos de alunos para fazer a leitura previa e apresentar, nas aulas, para a turma abordando os pontos principais para discussão coletiva.

Definições
Lévy na primeira parte do livro apresenta de forma clara reflexões sobre as mudanças provocadas  na sociedade a partir  das novas tecnologias, explica os conceitos técnicos que exprimem e sustentam a cibercultura. Analisa o progresso   do uso da informática nos últimos 50 anos onde segundo o autor “é impossível traçar limites ou definir sua abrangência se considerado apenas o tecno-cosmo-ciberespaço”.
Alguns conceitos abordados:
Virtual - "o virtual não se opõe ao real, mas sim ao atual. Contrariamente ao possível, estático e já constituído, o virtual é como o complexo problemático, o nó de tendências ou de forças que acompanha uma situação, um acontecimento, um objecto ou uma entidade qualquer, e que chama um processo de resolução: a atualização."
Ciberespaço -“O ciberespaço é o novo meio de comunicação que surge da interconexão mundial dos computadores. O termo especifica não apenas a infra-estrutura material da comunicação digital, mas também o universo oceânico de informações que ela abriga, assim como os seres humanos que navegam e alimentam esse universo.”
Lévy (2000, p. 17)

Proposições
A Segunda Parte do livro enfoca as proposições e implicações culturais do desenvolvimento do ciberespaço. O autor resgata as tendências da evolução técnica que baseiam a universalidade desprovida de significado central - um "universo sem totalidade" - da civilização emergente. Faz uma análise sobre a nova pragmática das comunicações instaurada pelo ciberespaço, conduzindo a explicação teórica do conceito de universal sem totalidade. Desta forma é possível compreender o movimento social que propaga a cibercultura, de suas formas estéticas e de sua relação com o saber e as reformas educacionais necessárias na cibercultura.

Ética hacker

As discussões em sala e a produção do vídeo contribuíram para  ampliar o meu conhecimento (antes restrito) sobre o tema.

  • Os 3 pilares da ética hacker:

- Colaboração.
- Conhecimento.
- Liberdade.

  • Hacker X cracker


Os termos hacker e cracker se parecem muito e são comumente confundidos por aqueles que não conhecem o vocabulário do mundo da informática. Na verdade, hackers e crackers são  pessoas que possuem habilidades para lidar com sistemas e programações, e que dedicam muito tempo de suas vidas a fim de estudar tais conteúdos. O que os difere é o uso que fazem destes conhecimentos. 
O hacker é uma pessoa que tem um perfil autodidata e elaboram e modificam software e hardware de computadores, seja desenvolvendo funcionalidades novas, seja adaptando as antigas e ainda utiliza seu conhecimento para testar os recursos de segurança instalados nas empresas.
Os crackers são indivíduos que utilizam seu conhecimento para invadir computadores e roubar informações confidenciais. Geralmente essas informações são vendidas ou utilizadas para aplicar golpes na Internet.
Todo hacker tem um código de ética, são regras que seguem quando está invadindo um site. As ações de  um verdadeiro hacker são muito diferentes das ações de um cracker ou de uma pessoa que espalha vírus. Estas pessoas são criminosas   e denigrem  a imagem dos verdadeiros hackers.
Piratear software é roubo. Qualquer pessoa pode piratear um software comercial e igualmente conseguir alguns vírus e rodar no seu próprio computador. Isso não requer nenhuma habilidade ou inteligência.
O verdadeiro hacker presa pelo seu código ético, respeitando os computadores que ele invade.
Aqui está algumas regras do código de éticas:   
 
  • Nunca apague intencionalmente ou danifique um arquivo em um computador que você tenha invadido.  
  • Trate os sistemas que você invade como você trataria seu próprio computador.  
  • Notifique os administradores de sistemas sobre qualquer brecha de segurança que você encontrar.  
  • Não invada para roubar dinheiro.  
  • Não invada para roubar informações.  
  • Não distribua ou colecione software pirateado.  
  • Nunca corra riscos estúpidos - tenha consciência da sua habilidade.  
  • Sempre esteja disposto compartilhar e repassar seu conhecimento e os métodos que utiliza.  
  • Respeite quem está aprendendo (seja humilde).  
Cultura digital

 Este texto que encontrei na internet complementa o que foi abordado nas aulas .


Geração X, Geração Y, Geração Z ...
Por Daniel Serrano
27/06/2010

Recentemente tem havido uma necessidade de se nomear as gerações de forma a não alinhar com as mesmas características indivíduos de épocas diferentes. Até há pouco tempo atrás, quando nos referíamos a crianças, adolescentes ou pessoas de meia ou terceira idade acabávamos generalizando comportamento e características, independente da época em que viveram.
Hoje é inaceitável imaginar o comportamento de um adolescente, independente da época que tenha vivido.
Assim, fica fácil entender que um adolescente do Século XIX, com certeza terá características diferentes de um adolescente do início do Século XX, ou dos anos 50, 60 ou 90.
Dessa forma, se optou por chamar as gerações (independente de sua idade, já que as gerações envelhecem) por nomes específicos

As principais classificações das gerações são:

Geração X
A primeira denominação moderna foi a que se denominou Geração X. Esta geração é composta dos filhos dos Baby Boomers da Segunda Guerra Mundial. (Baby Boomer é uma definição genérica para crianças nascidas durante uma explosão populacional - Baby Boom em inglês, ou, em uma tradução livre, Explosão de Bebês. Dessa forma, quando definimos uma geração como Baby Boomer é necessário definir a qual Baby Boom estamos nos referindo). Os integrantes da Geração X têm sua data de nascimento, localizada, aproximadamente, entre os anos 1960 e 1980.

Geração Y
A Segunda geração foi a denominada Geração Y, também chamada de Geração Next ou Millennnials.
Apesar de não haver um consenso a respeito do período desta geração, a maioria da literatura se refere à Geração Y como as pessoas nascida entre os anos 1980 e 2000. São, por isso, muitos deles, filhos da geração X e netos da Geração Baby Boomers.

Geração Z
Formada por indivíduos constantemente conectados através de dispositivos portáteis e, preocupados com o meio ambiente, aGeração Z não tem uma data definida. Pode ser integrante ou parte da Geração Y, já que a maioria dos autores posiciona o nascimento das pessoas da Geração Z entre 1990 e 2009.

Geração XY
Ainda não muito bem definida, a Geração XY é uma maneira de classificar indivíduos da Geração Y que buscam reconhecimento da forma que a Geração X fazia.

Geração Alfa (ou Alpha Generation)
Ainda sem características precisas definidas, a não ser que nascerão em um mundo conectado em rede, a próxima geração, de nascidos a partir de 2010, já tem nome: Geração Alfa. Poderão ser filhos, tanto da geração Y, como da Geração Z. 


CORPOS MUTANTES

 Comentários de ensaios do livro:



Corpos mutantes: ensaios sobre novas (d)eficiências corporais/organizado por Edvaldo Souza Couto e Silvana Vilodre Goellner – 2. ed. Porto Alegre: Editora da UFRGS, 2009.




Corpo Cyborg e o dispositivo das novas tecnologias
 Homero Luís Alves de Lima


O crescente desenvolvimento científico-tecnológico nas diversas áreas do conhecimento cria possibilidades de inúmeras transformações no Corpo Humano.
Próteses, órgãos artificiais, tecidos sintéticos, prontuários eletrônicos, diagnósticos por imagens, entre outros estão disponíveis para que as pessoas tenham cada vez mais saúde e/ou um corpo perfeito atendendo aos padrões estéticos da nossa sociedade.
Os avanços tecnológicos difundiram os conceitos de ciborgue que vão além dos laboratórios e dos filmes de ficção-científica, na atualidade são inúmeras as pessoas que fazem uso de órgãos artificiais, próteses implantadas e outros tantos recursos que nos fazem pensar em novos conceitos: corpo pós-humano, corpo pós-biológico, corpo ciborgue, corpo informação.
As relações contemporâneas corpo e tecnologia abrem fronteiras para o sonho de se fundir homem e máquina.


Os percursos do corpo na cultura contemporânea
Malu Fontes

A autora faz uma abordagem das grandes mudanças do estatuto do corpo ao longo dos anos para atender a diferentes fatores, ora de ordem geopolítica ora por conta dos grandes avanços tecnológico e científico. Modelar o corpo através das aulas nas academias de ginástica aos poucos vem sendo substituídos pelas clinicas médicas onde cirurgiões plásticos moldam estes corpos para atender as exigências da mídia que cada vez mais potencializa o corpo esculpido tão valorizado na nossa cultura.  
Alavancado principalmente pelo universo feminino a busca incessante pelo corpo idealizado ganha cada vez mais notoriedade e hoje se apela para sistemáticos programas de exercício físico, dietas, medicamentos, procedimentos cirúrgicos entre outros, tudo isto para atender as características físicas divulgadas na mídia como padrão estético.  As pessoas que estão fora dos padrões de beleza aceitos pela sociedade parecem ser invisíveis e só são notados quando apresentados em espetáculos ou denúncias.
O corpo culturalmente aceito não está diretamente relacionado à beleza física, e sim a um corpo que pode ser mutável a partir de procedimentos estéticos, uso dos avanços tecnológicos na área da medicina para construir um corpo que atenda as exigências midiáticas. 


Velhice, palavra quase proibida; terceira idade, expressão quase
hegemônica
Annamaria Palácios

A autora faz uma analise sobre as transformações na semântica da palavra velhice que aos poucos vem sendo substituída pelo vocábulo terceira idade e, essa mudança decorreu por conta, principalmente, dos anúncios publicitários de cosméticos. Associar velhice a incapacidade física e terceira idade a um envelhecer “saudável  e jovial na maturidade reforça um padrão de beleza juvenil  ao tempo que associa envelhecimento a incapacidade  física. Sendo assim não basta apenas substituir o termo  velhice por melhor idade mais também adotar uma vida com mais qualidade onde atividades físicas, práticas terapêuticas alternativas, adoção de dietas passam a ser palavras de ordem.  Estas tendências podem mudar assim que novos modelos comecem a surgir e serem aceitos socialmente.


Corpos amputados e protetizados: ”naturalizando” novas formas de habitar o corpo na contemporaneidade
Luciana Paiva

O corpo ao longo da sua existência terrena passa por transformações inerentes
ao processo de envelhecimento, mas também pode ser transformado por escolhas para buscar aperfeiçoar sua estética fazendo uso dos diversos recursos cirúrgicos e estéticos. No entanto em situações adversas e inesperadas o corpo pode sofrer transformações motivadas por doenças e acidentes.
A autora descreve o caso de nove pacientes adultos de uma clinica de reabilitação e uso de próteses desde a fase inicial da incorporação da prótese passando pelo processo de adaptação, como cada um deles vivenciaram a interação entre corpo e maquina e como estas próteses possibilitaram um novo estilo de vida em uma nova configuração graças a tecnologia que permite ao individuo reescrever a sua história.


A performance do híbrido: corpo, deficiência e potencialização
Varlei Novaes


Narrando dois casos de cadeirantes Varlei reflete sobre a relação entre corpo e maquina, entre sujeito e objeto que busca potencializar corpos ineficientes para participar de eventos competitivos, e analisa significados culturais atribuídos aos atletas que utilizam cadeiras de rodas produzidas com alta tecnologia para participar de competições. O uso destas cadeiras vai alem da utilização como forma de locomoção para repor o movimento, é na verdade uma prótese que aumenta seus rendimentos esportivos. Ao abordar a junção do homem com a maquina e mostrar como as fronteiras natural/artificial, orgânico/inorgânico têm sido borradas nesse processo e têm gerado novas identidades culturais reflete as diferenças destes corpos potencializados pela maquina que pode promover um maior entendimento sobre cada um de nós “não potencializado.

Marco Silva define "parangolé"

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Resenha do livro Sala de Aula Interativa

SILVA, Marco. Sala de Aula interativa. 4 ed. São Paulo, Quartet, 2006. 220p. 16 x 23 cm.

Marco Silva é sociólogo, mestre e doutor em educação. Professor da UERJ e da Unesa, desenvolve pesquisa sobre a interatividade aplicada ao ensino presencial e a distância com desdobramentos nos campos da sociedade, da arte, do mercado e das tecnologias digitais.


Resumo da obra

Neste livro o autor aborda as dificuldades enfrentadas pelo professor para mudar paradigmas de ensinos baseados nas aulas expositivas centradas na figura do professor como transmissor do conhecimento sem uso de novas tecnologias. Desenvolver o uso de uma pedagogia diferenciada baseada na Web requer, além das ferramentas tecnológicas, uma postura educacional inovadora, que permita a participação e colaboração dos alunos na construção do conhecimento.
Marco Silva faz uma pesquisa minuciosa a respeito dos conceitos de interação e interatividade. Comenta as duas formas equivocadas relacionada ao uso destas palavras onde interatividade é conceituada apenas como argumento de vendas sem levar em consideração a abrangência do termo no campo da comunicação e, o conceito de interação que se encontra presente em várias áreas do conhecimento com diversos sentidos.
A Web proporciona ao aluno, alem da possibilidade de interação, direcionar a sua aprendizagem ao buscar o conteúdo do seu interesse criando a possibilidade de o aluno ser um sujeito participativo e autor da sua aprendizagem. O papel do professor passa a ser o de orientá-lo neste processo, visando desenvolver novas competências e habilidades.
Para Silva, o professor deve ser o organizador do percurso, incentivador das múltiplas inteligências. No ambiente online o professor, que em outros espaços enfatiza a memorização e a transmissão, deve mediar a aprendizagem dos alunos, direcionando os domínios do conhecimento de forma ampla e sem fronteiras.
O aluno que anteriormente aprendeu com o controle remoto da TV e com o joystick do videogame e agora aprende muito mais com o mause. Com a internet o aluno deixa de ser passivo para interferir, acrescentar, modificar a sua constante aprendizagem. Neste contexto o professor precisa aprender todo o processo de desenvolvimento de sistemas Web para construir uma teia de espaços abertos a navegação e compreender que diferente da TV, que é apenas para assistir, a tela do computador permite é serve para interagir.
No final o autor apresenta o “Parangolé” de Hélio Oiticica, um conjunto de obras que nasceu, segundo o próprio artista, de "uma necessidade vital de desintelectualização, de desinibição intelectual, da necessidade de uma livre expressão". O Parangolé deve ser referência para o professor aprender a promover a interatividade nos espaços de aprendizagens quer seja online ou presencial para estimular os alunos a trocarem experiências de forma cooperativa.

Neste livro Marco Silva traz um estudo mais amplo e extenso do significado de interatividade, muito alem da discussão semântica. Para o autor o termo interatividade suscita um debate mais amplo, referindo-se as novas estratégias de organização e funcionamento das mídias de massa, redefinindo papeis de todos os envolvidos no processo da comunicação.
Esta obra é muito intensa. Aborda o tema de forma minuciosa e precisa embasado em um estudo detalhado utilizando uma linguagem acadêmica.
Indicação da obra
A obra discute alternativas, apresenta fundamentos necessários para uma maior compreensão da importância da interatividade no processo da aprendizagem e oferece sugestões para estudantes universitários, professores e demais pesquisadores com abordagens confiáveis que contem o rigor necessário a produção do conhecimento.



Avany Vital de Carvalho é Pedagoga e aluna do curso de especialização em Tecnologias  e Novas Educação, na Faced - UFBA.

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